nesse teu ruído doce
de engenho antigo
como pérolas rolando em queda livre
sobre o muro de sienito
há um vaivém reflectido na espuma
como caravanas contínuas
transportando a seda e os sonhos
nos azimutes do oriente
ou como dias de quimeras repetidas
nas rotas elipsoidais das cores
fazes a fuga e o regresso
como lábios sedentos sobre a água
limitando o espaço
em circuitos umbilicais
onde se confinam os desejos e os sentidos
em movimentos multiplicados
de afluentes inversos
subo a custo contigo
e quando regresso leve e vazio
já não sei
se sou outro
agora ao ritmo do chão
justapondo sombras
e não reflectido no ritual
dum corpo alucinado
em paragem num caravançará
de viagem incógnita nos olhares
em vaivém nos alcatruzes de palavras
congeminando o meu movimento
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