terça-feira, 2 de agosto de 2011

Caravançará



nesse teu ruído doce

de engenho antigo

como pérolas rolando em queda livre

sobre o muro de sienito

há um vaivém reflectido na espuma



como caravanas contínuas

transportando a seda e os sonhos

nos azimutes do oriente

ou como dias de quimeras repetidas

nas rotas elipsoidais das cores

fazes a fuga e o regresso

como lábios sedentos sobre a água

limitando o espaço

em circuitos umbilicais

onde se confinam os desejos e os sentidos



em movimentos multiplicados

de afluentes inversos

subo a custo contigo

e quando regresso leve e vazio

já não sei

se sou outro

agora ao ritmo do chão

justapondo sombras

e não reflectido no ritual

dum corpo alucinado

em paragem num caravançará

de viagem incógnita nos olhares

em vaivém nos alcatruzes de palavras

congeminando o meu movimento

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