segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Em algum lugar

Há sítios inclinando o luar
para conjugar os olhos
as pedras
e os mastros
coisas das sombras
e dos barcos que deixei partir
à deriva
em distâncias
como se fossem aves migradouras
coisas das misturas das luzes
em lugares e faróis
onde a maresia ficou
parada
sobre as algas na praia
das coisas de mares longos

em algum lugar

eu devo ficar olhando a terra
e os caminhos pisados
deixando o odor da vida
por onde a chuva passou
nesta viagem
repetindo a luz
não há utopias no chão baço
apenas a rasoura dos meus pés
marcando o nível do barro

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