Imune ao tempo que passa de raspão
como o sol que se move lentamente para oeste
sou pastor de ventos
esfarrapados como as gualdrapas
do meu capote de remendos e fiapos
ao todo
terei um rebanho de mil brisas
e mil nimbos
em pastagens de vários quadrantes
montanhas e lezírias
que diviso de todos os azimutes
no meu lugar imago
de socalcos e rosmaninhos
vagueio os olhos
sitibundos pelos medronhais
perdido nos impulsos dos instintos
ouvindo os sons gemelgos
das gaitas e flautas dos sopros do ar
atraindo musas insondáveis
que cantem comigo
as palavras
criadas no vento
Sem comentários:
Enviar um comentário